1ª
ATIVIDADE DE PORTUGUÊS DO 4º BIMESTRE
8º ANO B e C – PROFA. SHEILA
Olá, 8º ano!
Estamos na reta final, último bimestre. Continuem acompanhando e realizando as atividades propostas...
As questões a seguir podem ser respondidas neste link: |
Caso tenha alguma dúvida ou queira compreender melhor o texto, assista à aula do CMSP do dia 13/10 neste link:
https://www.youtube.com/watch?v=ErnVympsHVs&list=PLSP3TdMpLABuFrMk8b2sQp2Y2-HNuNThZ&index=61
A leitura do texto começa no minuto 13:30Apostila Aprender Sempre – Vol. 3: https://efape.educacao.sp.gov.br/curriculopaulista/wp-content/uploads/sites/7/download/Aprender%20Sempre%20-%20Li%CC%81ngua%20Portuguesa/Anos%20Finais%20Vol3/ES_EF_AFinais_LP_8ano_AprenderSempreRecApr.pdf
1) Leia com atenção o excerto do conto “Trezentas onças” de J. Simões Lopes Neto.
Trezentas onças
J. Simões Lopes Neto
Eu tropeava, nesse tempo. Duma feita que viajava de escoteiro, com a guaiaca empanzinada de onças de ouro, vim varar aqui neste mesmo passo, por me ficar mais perto da estância da Coronilha, onde devia pousar.
Parece que foi ontem! ... Era fevereiro; eu vinha abombado da troteada.
— Olhe, ali, na restinga, à sombra daquela mesma reboleira de mato que está nos vendo, na beira do passo, desencilhei; e estendido nos pelegos, a cabeça no lombilho, com o chapéu sobre os olhos, fiz uma sesteada morruda.
Despertando, ouvindo o ruído manso da água tão limpa e tão fresca rolando sobre o pedregulho, tive ganas de me banhar; até para quebrar a lombeira... e fui-me à água que nem capincho!
Debaixo da barranca havia um fundão onde mergulhei umas quantas vezes; e sempre puxei umas braçadas, poucas, porque não tinha cancha para um bom nado.
E solito e no silêncio, tornei a vestir-me, encilhei o zaino e montei. Daquela vereda andei como três léguas, chegando à estância cedo ainda, obra assim de braça e meia de sol.
— Ah! ... esqueci de dizer-lhe que andava comigo um cachorro brasino, um cusco mui esperto e bom vigia. Era das crianças, mas às vezes dava-lhe para acompanhar-me, e depois de sair a porteira, nem por nada fazia cara-volta, a não ser comigo. E nas viagens dormia sempre ao meu lado, sobre a ponta da carona, na cabeceira dos arreios.
Por sinal que uma noite...
Mas isso é outra cousa: vamos ao caso.
Durante a troteada bem reparei que volta e meia o cusco parava-se na estrada e latia e corria pra trás, e olhava-me, olhava-me e latia de novo e troteava um pouco sobre o rastro; — parecia que o bichinho estava me chamando! ... Mas como eu ia, ele tornava a alcançar-me, para daí a pouco recomeçar.
— Pois, amigo! Não lhe conto nada! Quando botei o pé em terra na ramada da estância, ao tempo que dava as — boas tardes! — ao dono da casa, aguentei um tirão seco no coração... não senti na cintura o peso da guaiaca!
Tinha perdido trezentas onças de ouro que levava, para pagamento de gados que ia levantar.
E logo passou-me pelos olhos um clarão de cegar, depois uns coriscos tirante a roxo... depois tudo me ficou cinzento, para escuro...
Eu era mui pobre — e ainda hoje, é como vancê sabe... —; estava começando a vida, e o dinheiro era do meu patrão, um charqueador, sujeito de contas mui limpas e brabo como uma manga de pedras...
Assim, de meio assombrado me fui repondo quando ouvi que indagavam:
— Então patrício? Está doente?
— Obrigado! Não senhor, respondi, não é doença; é que sucedeu-me uma desgraça: perdi uma dinheirama do meu patrão...
— A la fresca!...
— É verdade... antes morresse, que isto! Que vai ele pensar agora de mim!...
— É uma dos diabos, é... mas; não se acoquine, homem!
Nisto o cusco brasino deu uns pulos ao focinho do cavalo, como querendo lambê-lo, e logo correu para a estrada, aos latidos. E olhava-me, e vinha e ia, e tornava a latir...
Ah!... E num repente lembrei-me bem de tudo. Parecia que estava vendo o lugar da sesteada, o banho, a arrumação das roupas nuns galhos de sarandi, e, em cima de uma pedra, a guaiaca e por cima dela o cinto das armas, e até uma ponta de cigarro de que tirei uma última tragada, antes de entrar na água, e que deixei espetada num espinho, ainda fumegando, soltando uma fitinha de fumaça azul, que subia, fininha e direita, no ar sem vento...; tudo, vi tudo.
Estava lá, na beirada do passo, a guaiaca. E o remédio era um só: tocar a meia rédea, antes que outros andantes passassem. [...]
2) Após a leitura e análise do excerto do conto, responda às perguntas a seguir:
I) Releia esse trecho: “Pois, amigo! Não lhe conto nada! Quando botei o pé em terra na ramada da estância, ao tempo que dava as — boas tardes! — ao dono da casa, aguentei um tirão seco no coração... não senti na cintura o peso da guaiaca!”
Esse trecho se refere a uma das falas do narrador-personagem. Como pode ser caracterizada essa personagem, a partir da linguagem utilizada por ela?
a) ( ) A personagem, a quem essa fala pertence, é um homem simples, com um linguajar próprio da região em que vive, ou seja, uma linguagem informal (“botei”, “boas tardes”, “tirão seco”), no campo (ramada da estância);
b) ( ) A personagem, a quem essa fala pertence, é um homem culto, com um linguajar próprio da região em que vive, ou seja, uma linguagem formal (“botei”, “boas tardes”, “tirão seco”), no campo (ramada da estância);
II) Pelas características da personagem que narra a história, em que lugar do Brasil se passam os fatos narrados? Justifique.
a) ( ) A história se passa no interior do Rio Grande do Sul, uma vez que aparecem expressões como “charquear”, “a la fresca”, “mui pobre” e outras.
b) ( ) A história não se passa no Brasil, uma vez que aparecem expressões como “charquear”, “a la fresca”, “mui pobre” e outras.
III) Que palavras ou expressões do texto permitem chegar à conclusão de que “cusco brasino” se refere a um animal? Como esse animal é descrito?
a) ( ) As expressões que nos levam a perceber que se trata de um animal são, por exemplo, “Como querendo lambê-lo”; “aos latidos”; “latir”. O cão é descrito como um cão esperto, vigilante e companheiro;
b) ( ) Não há expressões no texto que nos permite chegar a essa conclusão de que “cusco brasino” se refere a um animal.
3) Vamos analisar os elementos que constituem a estrutura do conto? Escreva onde acontece, quando, quem são as personagens, o tipo de narrador e o enredo da história.
a) Lugar:
b) Tempo:
c) Personagens:
d) Narrador:
e) Enredo:
Lembrem-se:
no link da aula do Centro de Mídias é possível assistir à resolução dessas
questões! Dúvidas, estou aqui: sheilaaraujo@professor.educacao.sp.gov.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário