quinta-feira, 30 de abril de 2020

1º Médio A - Língua Portuguesa - Atividades 01 e 02




As atividades podem ser realizadas em um arquivo de texto como no word ou no caderno (pode ser fotografada de uma forma legível) e enviar o arquivo ou imagem no link no final da atividade.
Se a imagem não estiver legível (não for possível ler) não será realizada a correção.

Para realização das atividades, você poderá consultar o livros didático nas páginas de 10 a 19 para relembrar alguns elementos básicos e responder as atividades.

(Texto A - para responder as atividades 01 e 02)


Texto A:

Cálice    


Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue
Como beber dessa bebida amarga?
Tragar a dor, engolir a labuta?
Mesmo calada a boca, resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta
De que me vale ser filho da santa?
Melhor seria ser filho da outra
Outra realidade menos morta
Tanta mentira, tanta força bruta
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue
Como é difícil acordar calado
Se na calada da noite eu me dano
Quero lançar um grito desumano
Que é uma maneira de ser escutado
Esse silêncio todo me atordoa
Atordoado eu permaneço atento
Na arquibancada pra a qualquer momento
Ver emergir o monstro da lagoa
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue
De muito gorda a porca já não anda
De muito usada a faca já não corta
Como é difícil, pai, abrir a porta
Essa palavra presa na garganta
Esse pileque homérico no mundo
De que adianta ter boa vontade?
Mesmo calado o peito, resta a cuca
Dos bêbados do centro da cidade
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue
Talvez o mundo não seja pequeno
Nem seja a vida um fato consumado
Quero inventar o meu próprio pecado
Quero morrer do meu próprio veneno
Quero perder de vez tua cabeça
Minha cabeça perder teu juízo
Quero cheirar fumaça de óleo diesel
Me embriagar até que alguém me esqueça

"Cálice" é uma canção escrita e originalmente interpretada pelos compositores brasileiros Chico Buarque e Gilberto Gil em 1973, mas foi lançada somente em 1978. Censurada pela ditadura militar, a canção foi liberada cinco anos depois e apareceu pela primeira vez no álbum Chico Buarque, tendo Milton Nascimento nos versos de Gil, e em seguida no álbum Álibi de Maria Bethânia.
Antes de responder a questão você pode ver no link a baixo a apresentação da Música:



Atividade 01

Em sala de aula, discutimos sobre a diferença do texto Literário e Não Literário (Conotativo ou Denotativo) ou ainda Sentido Literário e Sentido Real. Também refletimos sobre os diferentes tipos de textos. Então, analisando a Música Cálice é um texto Literário ou Não Literário? Justifique sua respostas apresentando elementos do texto.
Não há uma resposta fechada, toda afirmação que for apresentada, precisa ser justificada dentro do texto e fazer sentido com a música toda.


Atividade 02

Com relação o sentido do texto e considerando o contexto da época de produção, escreva sobre qual é a mensagem que a música transmite.
Dica: Leia o texto no mínimo três vezes e reflita antes de escrever sobre o seu significado.



(Textos B e C - para responder as atividades 03)


Texto B:


LUXO  -     A poesia foi escrita pelo poeta modernista  Augusto de Campos

 


Texto C:


Breve reflexão acerca do consumismo e a produção de lixo

Autora: Roseli Bregantin Barbosa


            Nos dias atuais o ser humano vem sendo assolado pelo consumismo! Mas o que vem a ser consumismo? Qual o papel do consumidor no mercado? E o que isso tem a ver com o problema da produção de lixo e a sua destinação? A quem compete resolver o problema? O ser humano, mais do que qualquer outro ser vivo na face da Terra, tem necessidades que precisam ser satisfeitas diariamente, alimentar, hidratar, vestir, morar, educar, transportar, comunicar, divertir etc. Mas além dessas necessidades básicas tem outras advindas da cultura de cada povo. Na cultura ocidental, por exemplo, os bebês são tratados como reis, todas as atenções de todos os seres humanos a sua volta lhe reafirmam o quanto é belo, inteligente e gracioso! De acordo com a psicanálise, essa forma de educação tem suas consequências na vida adulta, pois, com o crescimento o indivíduo perde o “trono” e passa a ser tratado como mais uma pessoa entre tantas.

            O produto comprado, jamais irá satisfazer sua “necessidade”, sendo trocado por outro com promessa mais convincente, e por outro e mais outros. Induzindo, assim, o indivíduo a ser um consumidor irracional, levado pela emoção da necessidade artificial criada pelo mercado. Isso é o consumismo. A necessidade artificial de consumir cada vez mais! Os produtos são desenvolvidos com o intuito de criar e satisfazer necessidades do consumidor. Dessa forma, consumismo produção de lixo o alvo do mercado é o consumidor. Sem consumidor não existe mercado! Em tempos de globalização política e econômica, tudo é reduzido a produto: animal, vegetal, intelectual, industrial, ideológico, psicológico, educacional, religioso etc. O poder político, sobrevivente aristotélico, com a globalização perdeu muito de sua força, abrindo espaço para o mercado. Os próprios representantes públicos, muitos deles, foram reduzidos a produtos publicitários. Mas, o crescimento não apaga da mente da pessoa o seu reinado perdido, e ela passa o resto de sua vida tentando reconquistar o prestígio que tinha quando era apenas um bebê. Ciente dessa “necessidade” do ser humano, o mercado busca forjar esse prestígio, dizendo ao consumidor aquilo que ele deseja ouvir, e cobra caro por isso. Levando-o a acreditar que se ele comprar este ou aquele produto estará recuperando o seu reinado e passando à condição de alguém muito especial. Sem perceber o indivíduo passa a pensar que o que precisa é o produto e não se dá conta de que o que está buscando é o prestígio.

            Assim, o cidadão se vê perdido, sem saber em quem ou no que acreditar. Pois nem mesmo consegue saber, ao certo, quem é a pessoa em quem depositou seu voto, se ela é real ou uma criação da mídia. Muito menos qual a sua ideologia. Assim, o voto se torna mais uma atitude de consumo irracional. Diante desse panorama, nota-se que o poder se encontra concentrado no mercado, e que o protagonista do mercado é o consumidor, cabendo a ele dizer o que deseja consumir. Ocorre que o consumidor não desempenha seu papel adequadamente, pois sequer tem consciência do poder que possui, sendo constantemente manipulado pelo fornecedor, através da mídia. Nessa corrida pelo consumo, o indivíduo precisa de cada vez mais poder aquisitivo, e isso significa mais trabalho, mais compromissos, mais responsabilidades e menos tempo para pensar e decidir o que, por que e quando consumir, tornando-se cada vez mais irracional enquanto consumidor. Podendo, muitas vezes, chegar à depressão por não conseguir manter determinado padrão de consumo, o que o fragiliza ainda mais diante do mercado.

            Ocorre que além da perda de poder do cidadão, o consumismo trouxe um grave problema, o excesso de dejetos resultantes do consumo desenfreado. Em outras palavras, “LIXO”! Por “falta de tempo”, pois trabalha muito para manter seus padrões de consumo, o indivíduo não pensa na melhor forma de cuidar dos materiais que não lhe interessam mais, depositando-os de forma inadequada no meio ambiente e causando graves danos à natureza! Danos estes que retornam ao ser humano em forma de desequilíbrio. Um antigo ditado oriental já ensinava: “O seu lixo sempre volta à sua porta, cabe a você escolher a cara dele!”! Assim como também ditava Antoine Laurent Lavoisier, inspirado em pensadores que o antecedeu: na natureza nada se cria, nada se perde e tudo deve ser transformado. Mas parece que a humanidade ainda não entendeu conceitos básicos e necessários para manter equilíbrio e a vida. Nos últimos anos, com o fenômeno da globalização, houve um grande aumento na oferta de crédito, principalmente para as classes menos abastadas. Isso ocasionou aumento do poder de consumo entre os mais pobres. O que não quer dizer que hoje tenhamos menos indivíduos em situação de pobreza do que antes da globalização, mas sim, que muitos povos pobres foram inseridos no mercado, através do crédito, tornando-os, além de pobres, endividados. O fato é que, o aumento do poder aquisitivo das classes menos abastadas teve reflexo direto no aumento da produção de lixo e na destinação inadequada.

            O problema da produção de lixo está estreitamente relacionado ao consumismo, agravado pela explosão demográfica, males que precisam ser sanados urgentemente pelo ser humano, sob pena de levá-lo à degradação. Indivíduos, famílias, sociedades, governos, todos devem contribuir para a solução do problema. Começando por cuidar cada um do seu próprio lixo. Buscando: Repensar o que é de fato lixo; Reduzir, diminuindo o consumo desnecessário; Reutilizar, evitando o desperdício de energia e dos recursos naturais; e reciclar transformando a matéria que seria dispensada em recurso renovável. Não podemos nos deixar consumir pelo consumismo do mercado, pois afinal, nós estamos no topo dessa cadeia, somos consumidores!


Atividade 03

A) Qual texto é Literário (conotativo) e qual é Não Literário (denotativo)? Justifique sua resposta.

B) Existe uma relação entre o Texto B e C? Por que?

C) O gênero textual  do Texto B e C é diferente, mesmo sendo de gêneros diferentes, conseguem discutir sobre o mesmo tema?

D) Realize uma reflexão sobre a temática proposta nos dois textos e escreva um parágrafo de no máximo 8 linhas, dissertando/ argumentando sobre o tema. Este parágrafo será apresentado em uma página do FACEBOOK sobre o meio ambiente.



1º A - Link para enviar as respostas, postar em arquivo de texto, imagem etc.



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